ATA DA QUADRAGÉSIMA QUINTA SESSÃO SOLENE DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA LEGISLATURA, EM 26.11.1991.

 


Aos vinte e seis dias do mês de novembro do ano de mil novecentos e noventa e um reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Quinta Sessão Solene da Terceira Sessão Legislativa Ordinária da Décima Legislatura, destinada a homenagear os noventa anos da Associação Cristã de Moços – ACM, a Requerimento, aprovado, do Vereador Wilton Araújo. Às dezessete horas e vinte minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente abertos os trabalhos, convidando os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Vereador Antonio Hohlfeldt, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; Senhores Luís Fontanive Ferreira, Presidente da Associação Cristã de Moços; Marco Antonio Hochscheit, Secretário Geral da entidade; Ernesto Opplinger e Senhora Margarida Opplinger, ex-Secretário e ex-Presidente da Entidade, respectivamente; Senhor Firmino Sá Cardoso, representando a Associação Riograndense de Imprensa; e o Vereador Wilton Araújo, Secretário “ad hoc”. Após, o Senhor Presidente manifestou-se acerca do evento e concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Wilton Araújo, em nome das Bancadas do PDT, PMDB, PTB, PCB e PL, e autor da proposição teceu comentários sobre as diversas atividades da Associação Cristã de Moços, dizendo se sentir emocionado neste momento. Formulou votos de prosperidade à Diretoria da entidade. O Vereador Clóvis Ilgenfritz, em nome da Bancada do PT, disse ser uma feliz iniciativa pela homenagem deste dia à Associação Cristão de Moços, ressaltando a integração mundial existente nessa entidade. O Vereador João Dib, em nome da Bancada do PDS, falou que o homem tem, por natureza, o desejo de ser e o de ter, com o espírito cristão da alma e da mente do jovem, permitindo-lhe a oportunidade de ser do mundo essa Associação. Parabenizou a Diretoria da ACM. O Vereador Artur Zanella, em nome da Bancada do PFL, teceu comentários sobre as atividades desenvolvidas pela Associação Cristã de Moços, afirmando que o esporte é que dignifica essa entidade. Citou nomes de atletas e jogadores que brilharam profissionalmente nessa Associação. A seguir, o senhor Presidente registrou o recebimento de correspondências do Senhor Governador e do Vice-Governador do Estado, passando-as  às mãos do Senhor Luís Fontanive Ferreira. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Presidente da Associação Cristão de Moços, Senhor Luís Fontanive Ferreira, que agradeceu a homenagem prestada pela Casa aos noventa anos de fundação da ACM. Às dezessete horas e cinqüenta e cinco minutos, nada mais havendo a tratar, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para retornarem à Sala de Sessões, ocasião em que se desenvolve a Décima Oitava Sessão Extraordinária. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Antonio Hohlfeldt e secretariados pelo Vereador Wilton Araújo, Secretário “ad hoc” determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1º Secretário.

 


O SR. PRESIDENTE (Antonio Hohlfeldt): Damos por aberta a presente Sessão destinada a homenagear os 90 anos da ACM – Associação Cristã de Moços, atendendo o Requerimento firmado pelo Ver. Wilton Araújo, e aprovado pelo Plenário desta Casa, Proc. nº 2221.

Nós passamos a palavra, ao Ver. Wilton Araújo, proponente da Homenagem. V. Exª está com a palavra.

 

O SR. WILTON ARAÚJO: (Lê a relação dos componentes da Mesa.) É com grande emoção que assomamos à tribuna, nesta tarde, para homenagear os 90 anos da Associação Cristão de Moços de Porto Alegre.

Isto se justifica, sobremaneira, por pertencermos à grande família Acemista Porto-Alegrense, desde muito jovem. Mas, o que importa salientar nesta data festiva, é o grande trajeto cumprido pela ACM de Porto Alegre, ao longo destes 90 anos de profícuas atividades.

Fundada nesta Capital em 26 de novembro de 1901, a ACM gaúcha teve o privilégio de crescer acompanhando todos os acontecimentos que marcaram este século, cuja trajetória ainda se estende, cheia de surpresas e fatos novos.

Fiel ao espírito cristão traduzido numa atuação voltada para a comunidade, a entidade foi, pouco a pouco a custa de muito trabalho e perseverança, desenvolvendo muitas obras de caráter social e integrativo.

Neste sentido merece destaque, no campo notadamente social, o ambulatório criado ainda na longínqua década de 1940. Direcionado para o trabalho de higiene infantil, completando, ainda, uma campanha de educação sanitária desenvolvida à época.

Hoje, dando continuidade a este espetacular trabalho, a ACM tornou-se mantenedora e administradora da Fundação Cazemiro Bruno Kurtz, na Vila Cruzeiro do Sul, cujas atividades, integradas por uma creche, uma escola de 1º Grau, um posto de saúde, com cuidados médicos e odontológicos, prestam inestimável serviço àquela comunidade tão carente e necessitada da nossa Capital. Merece destaque, ainda, o fato de que, naquele local, será concluído um prédio para várias atividades que abrigará o programa “Menino de Rua”.

Relevamos este aspecto, Senhoras e Senhores, porque ele demonstra o quanto o trabalho sério e incansável de uma entidade voltada para a comunidade pode, às vezes, prestar grandes serviços à comunidade em áreas que originariamente estariam dentro da competência do poder público. Este, senhor Presidente da ACM, é o verdadeiro espírito comunitário a que almejamos.

Poderíamos, ainda, ressaltar o inestimável impulso que a Associação Cristã de Moços de Porto Alegre propiciou às atividades esportivas em nosso meio. Basta citarmos que diversas modalidades esportivas, tais como o basquete, o volibol e o futebol de salão foram introduzidas entre nós pela ACM.

Aliás, as Federações Gaúchas de Basquetebol, Volibol, e de Futebol de Salão foram criadas pela ACM.

Este aspecto nos demonstra que, a par do incansável trabalho social, a ACM tem buscado a integração da comunidade através do esporte, talvez uma das mais elevadas forma de integração entre os seres humanos. Assim, poderíamos falar muito e muito ainda da nossa ACM.

No entanto, pretendemos referenciar esta modesta homenagem da Casa do Povo de Porto Alegre, numa figura cuja história pessoal indiscutivelmente se confunde, no período em que lá atuou, com a própria história da sua querida entidade. Estou falando da honrada pessoa do Sr. Ernesto Jacob Opplinger, a quem todos os Acemistas aprederam a admirar.

Tive oportunidade de conhecê-lo através de outra pessoa cuja memória me traz sentimento de orgulho: meu pai, Viton de Araújo, que igualmente dedicou parcela de sua atividade à causa da ACM.

Homem dinâmico e empreendedor, o Sr. Ernesto Opplinger encarna o espírito batalhador que, juntamente com outros Acemistas, permitiu que a nossa entidade, mesmo atravessando muitas dificuldades, chegasse até estes noventa anos de pleno reconhecimento da comunidade pelo seu trabalho.

Não foi por mero acaso ter ele sido distinguido com uma honraria que traduz a sua integração com a nossa comunidade.

Assim, Senhoras e Senhores, aproveitamos esta oportunidade para homenagear esta figura de gigante que retrata o verdadeiro espírito Acemista.

E para finalizar, gostaria de reiterar a todos a nossa emoção por estarmos aqui comemorando os 90 anos da ACM de Porto Alegre e aproveitar para formular votos de que no ano de 2001 estejamos aqui, novamente, todos juntos para a grande festa do Centenário. Muito obrigado!

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Clovis Ilgenfritz, que falará pela Bancada do PT.

 

O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Ver. Antonio Hohlfeldt. (Lê a relação dos integrantes da Mesa.) Senhoras, Senhores, Srs. Vereadores, em especial, me permitam, os jovens, os bem jovens que estão aqui conosco, com as suas professoras, parentes e amigos. Como o Ver. Antonio Hohlfeldt colocou, estamos participando de duas atividades ao mesmo tempo, numa situação até angustiante, porque são projetos que estão tramitando com urgência pelos prazos que têm para serem aprovados. Mas nós fizemos questão de não deixar passar essa oportunidade para manifestar, pessoalmente, em nome do Partido dos Trabalhadores, da sua Bancada de oito Vereadores e mais suplentes que sempre estão assumindo, dos nossos funcionários, tenho certeza, em nome da Administração Popular, que nós representamos, nesta Casa, de dizer que foi uma feliz iniciativa e uma grande idéia do Ver. Wilton Araújo. Quando o Wilton falou, ele disse o fundamental, aquilo que nós gostaríamos de dizer, porque o Wilton falou com o coração de quem é da ACM desde criança, isso é importante. Eu não sou, não participei, vim do interior, tive outra formação, mas eu tinha e tenho muitos amigos da ACM e eu acho que a importância da Associação de Moços, a nível do Brasil e a nível mundial, é muito grande e eu aprendi a ver isso quando estive em viagem a serviço da Prefeitura e chegamos em Londres e, de repente, nós estávamos sendo encaminhados para sermos hospedados, me perguntaram: Qual é o hotel? Eu preciso de um hotel que eu possa pagar, que seja relativamente barato e, ao mesmo tempo, que eu tenha condições de me integrar com os brasileiros que estão aqui em Londres. “Ah! Então tu vais, para lá, o nosso hotel o Ypisilon, o nome não sei dizer direito. A verdade é que nós chegamos lá e havia moços de todo o mundo, para mim, aquilo foi maravilhoso. Encontrar gente de todos os lugares, nós já de cabelos brancos, destoando, mas conversamos com vários e vários jovens de várias nacionalidade e, o que eu já tinha de admiração pela ACM, aumentou e solidificou muito mais ainda naquele momento. Passamos dois dias, só, ali, numa corrida medonha, nos bancos negociando, tentando ver recursos para as nossas Prefeituras e assim por diante, mas ali nós recebemos um calor humano. E, ali a gente viu, como tenho visto em outros companheiros que conheço, o quanto é importante a formação do caráter das pessoas, o quanto elas passam a ser integradas à sociedade e se transformar em cidadãos soberanos, dignos, tudo aquilo que nós do Partido dos Trabalhadores respeitamos muito e achamos que é por aí que as pessoas precisam, desde pequenas, ter a noção, ter a capacidade de saber da sua soberania, da sua existência como ser político que tem vez e voz e que devem exercitar a política. Então, nós achamos muito importante homenagear a ACM nos seus 90 anos. Eu tenho, ainda, a satisfação de dizer que há poucos dias esta Câmara aprovou por unanimidade ou quase unanimidade dos Vereadores uma coisa que nós perseguimos há muito tempo, que, aliás, teve início no Governo passado, depois nós perseguimos a idéia e hoje transformamos em realidade, que são as escolas infantis. Nós estamos começando em Porto Alegre um trabalho e queremos o apoio de todos os Senhores, a experiência dos Senhores para as escolas infantis. Crianças de 0 a 6 anos com atendimento integral e especializado e principalmente as crianças de vila, as que mais precisam, que não têm no seu lar a força, o convívio, aquilo que a ACM dá, ou que as famílias dão na sua casa. Então é muito importante para nós, em nome do PT, do nosso Presidente que é do PT, dos 8 Vereadores, dizer que temos muito em comum daquilo que nós queremos da sociedade, justa, sem segregação e com a melhor qualidade de vida, atingindo toda a população. Era isso. Muito obrigado; meus parabéns. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A palavra ao Ver. João Dib que falará pela Bancada do PDS, mas antes queremos registrar as presenças do Ver. Omar Ferri, João Bosco e do Ex-Vereador Frederico Barbosa a quem damos as boas-vindas.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, meu caro Luís Fontanive... (saúda os integrantes da Mesa.) Meus Senhores, minhas Senhoras, jovens, Vereadores. Em nome da Bancada do PDS, composta pelos Vereadores: Vicente Dutra, Leão de Medeiros, Mano José e eu, é que estamos saudando, aqui, os 90 anos da ACM. Todo o desejo de ter, ou melhor, toda a satisfação ou insatisfação de um homem passa apenas por duas coisas: o desejo de ter e o desejo de ser. Eu não vou falar do desejo de ter! Vou dizer apenas do desejo de ser, e, segundo Alceu de Amoroso Lima, para o cristão o problema não é ser ou não ser; o problema do cristão é ser e não ser, isto é, é ser no mundo e não ser do mundo e, a Associação Cristão de Moços, que hoje está sendo homenageada por esta Casa, aqui em Porto Alegre ao longo de 90 anos, com o espírito cristão tratou do corpo, da alma e do corpo do jovem para que o jovem venha a ter, e, aí sim, venha a ter a oportunidade de ser. O que nós desejamos é que a Associação Cristã de Moços continue crescendo cada vez mais porque num momento de dificuldades, de medos e de sustos que vivemos, só pela educação do corpo, da alma e da mente é que nós teremos tranqüilidade. À Associação Cristã de Moços, em nome da Bancada do PDS, os meus cumprimentos. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Concedemos a palavra ao Ver Artur Zanella que falará em nome da Bancada do PFL.

 

O SR. ARTUR ZANELLA: Sr. Presidente, Ver. Antonio Hohlfeldt...(Faz sua saudação aos componentes da Mesa.) E, todos aqueles que, aqui, neste dia, especialmente o ex-Vereador e suplente da Casa, Ver. Frederico Barbosa que representa o Deputado Germano Bonow, que sempre diz ser Conselheiro da ACM, não sei se de fato ou de direito, mas é um dos grandes amigos que é Presidente do PFL. Senhores, aqui, presentes, minhas Senhoras, meus Senhores. Hoje é um dia terrível nesta Casa, estamos votando o Orçamento da Cidade com tudo o que isso representa, as pessoas vêm pedem uma coisa, reclamam outra, aplaudem um voto; vaiam outro e há um dia, e ele começou desde ontem, vamos dizer assim, em que os nervos da gente estão à flor da pele e até os Vereadores estão acompanhando nos dois lados, as duas sessões, e por isso temos que dividir essa Casa. Mas eu fiz questão de vir aqui cumprimentar os 90 anos da Associação Cristã de Moços, numa Sessão de rara felicidade do Ver. Wilton Araújo porque eu tenho compromissos com essa Cidade e todo o compromisso com Porto Alegre eu tenho de expressá-los num dia festivo como de hoje. Eu lembro-me, jovem, aqui cheguei, dos exemplos que dava a Associação Cristã de Moços na parte esportiva, por sinal, eu quando da criação do Ginásio de Esportes da Prefeitura Municipal de Porto Alegre eu fui um dos signatários para dar o nome do Galunga que é irmão do Nelson, então chefe de gabinete do Prefeito Collares, hoje Diretor da CRT, e ficou até uma coisa interessante porque até poucos dias se colocavam as incongruências porque o Galunga era sim, um esportista amador, representava a ACM, enquanto que o Tesourinha sempre atuou no esporte profissional e até poucos dias se propunha um Projeto de muitos sonhos nessa Cidade, Ver. Clovis Ilgenfritz, um dos principais, que é a recuperação do Estádio dos Eucaliptos e levar para lá o nome Tesourinha e dar o nome de Galunga ainda ao Ginásio, o que agora ficou impossível. Mas nós temos essa dívida com a ACM e com aquele grande atleta que dignificou muito o nosso esporte e, verifiquei, até poucos momentos, ali, a figura até do Léo Centeno como um grande esportista, o Godoy de Bezerra, também, e tudo aquilo que a ACM representou para o esporte, para o vôlei, para o basquete do Rio Grande do Sul. Não vou falar do futebol de salão porque aí sim a ACM representa isso porque é aquela que trouxe o futebol de salão para Porto Alegre. O João Carlos, uruguaio, foi o fundador do futebol de salão, também ligado a ACM, então tudo aquilo que se espalhou, no mundo, hoje, no esporte de futebol de salão se deve a Associação Cristã de Moços, principalmente, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, nós temos que dar o testemunho desta idéia que é personificada no nome da Entidade, Associação Cristã de Moços. Moços não tão jovens assim, em termos de idade, mas seguramente jovens no seu espírito de dedicar-se à causa pública, dedicar-se aos jovens que têm a ACM. E, lembro-me, no tempo do DEMHAB, sempre que nós, muita gente aqui não sabe disso, até da ACM não deve saber disso, sempre que nós queríamos dar um início de um atendimento social a gente procurava a ACM, procurava o Dutra, lá da SMOV que sempre dava aquele pontapé inicial numa série de obras sociais, lembro-me da Restinga, do Mato Sampaio que a ACM sempre dava o início e depois a gente conseguia que outra entidade assumisse aquela responsabilidade. Então, meus Senhores, era isso que eu queria dizer nessa tarde tão difícil do lado de lá, em que a discussão, o debate das idéias faz com que as pessoas se digladiem, todas defendendo os seus pontos de vista que serão decididos depois no voto e quem tiver mais voto ganha e, aqui, nesse momento, essa Sessão que nos dá uma satisfação tão grande, que nos dá a tranqüilidade de dizer que entre tantos problemas que temos, entre tantas entidades que tentam ajudar a juventude e a mocidade, está lá, na frente, altaneira, no mundo inteiro, como disse o Clovis, especialmente em Porto Alegre, a Associação Cristã de Moços. Somos nós que temos que agradecer a essa Entidade o que ela fez por Porto Alegre, e nunca, jamais essa Entidade deverá qualquer coisa ao Município, porque é uma honra e um orgulho para nós sediarmos em Porto Alegre a Associação Cristã de Moços e principalmente neste dia em que ela comemora os seus 90 anos. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos o cartão recebido do Gabinete do Vice-Governador João Gilberto, agradecendo o convite e lamentando não poder comparecer por motivo de compromisso anteriormente assumido; também telex do Governador do Estado agradecendo o convite, igualmente pedindo escusas pelo não comparecimento devido a compromisso anteriormente assumido. Passamos essas mensagens ao Presidente da ACM. Queremos, igualmente dizer ao Presidente da Entidade Luis Fontanive Ferreira, repetir o que conversávamos, aqui, com o Marco Antônio e que na verdade o Ver. Clovis Ilgenfritz, sem nós termos combinado, ou conversado antes, eu lembrava ao Marco Antônio que entre 1974 e 1975 eu morei em Montreal, trabalhando na rádio Canadá e quinzenalmente, na sexta-feira, à tardinha, eu embarcava para Nova York para, evidentemente, aproveitar, tudo aquilo, na área de cultura, de cinema, de teatro, que aquela cidade nos oferece, e, era direto o nosso endereço, era exatamente a INCA. Era a sede da INCA e o Marco Antônio me lembrava, na rua 42, porque nós desembarcávamos no aeroporto na rua 24 e se podia, praticamente ir a pé, com a valise na mão até a INCA e, durante um ano inteiro a INCA foi para mim e para colegas, amigos da rádio Canadá, na sessão brasileira, nosso ponto de referência, remetido, eu, por outros brasileiros que lá estavam, trabalhando na sessão e que viviam na cidade de Nova York e por aí a fora. Quero fazer eco a essa lembrança do Ver. Clovis e por outro lado dizer que é muito provável que cada cidadão de Porto Alegre tenha uma imagem diferente da ACM tal a diversidade dos serviços e das atividades da ACM. Por exemplo, eu já ouvi muita gente dizer que quer estar ligado à ACM por causa da piscina, outro quer estar ligado por causa da escola, o Ver. Wilton lembrava aqui, toda a área do esporte amador, o Ver. Clovis lembrou outro aspecto e assim por diante, Ver. Dib, Ver. Zanella, os aspectos assistenciais da Entidade e esse me parece que é exatamente o melhor depoimento da dinâmica da vitalidade dessa instituição e que por isso mesmo nada mais justo que nos seus 90 anos de idade seja homenageada e para ouvirmos a palavra da ACM eu convido, agora, o Presidente Luís Fontanive Ferreira a utilizar a palavra ocupando a nossa tribuna.

 

O SR. LUÍS FONTANIVE FERREIRA: (Saúda os componentes da Mesa.) A Associação Cristã de Moços de Porto Alegre sente-se honrada em participar desta cerimônia. Mas recebe com muita humildade a homenagem que lhe é prestada, por que entendemos – sua Diretoria, seus Secretários e seu corpo social – que a mesma é, sobretudo, a manifestação do reconhecimento do vínculo indissolúvel que existe entre a instituição e a comunidade Porto-Alegrense, da qual todos os Senhores, nobres Vereadores sois os lídimos representantes.

Desde a sua implantação na Capital gaúcha, a ACM tem primado por um trabalho – quer na área do esporte, quer no ensino, quer na atividade social – comunitária – totalmente voltado para os interesses e anseios da população Porto-Alegrense.

A ACM, no plano internacional; nasceu em 1844, em plena revolução industrial, na Inglaterra, um período de muita turbulência em razão das amplas modificações que se processavam na sociedade, em termos econômicos, políticos e sociais. Desde então, até os tempos atuais, passou por várias etapas da evolução da humanidade e sofreu as agruras dos momentos de guerra e de alterações na estrutura sócio-econômica de todo o mundo.

Vivenciamos hoje um momento também de dificuldades, decorrentes da crise econômica. Reconhecemos que a sociedade tem pago um pesado tributo. A ACM não fica imune, muito menos alheia, a essa etapa, que marca, quem sabe, um novo tempo para o nosso País. Há pouco, presenciamos profundas mudanças na estrutura econômica e política de muitas nações. Paga-se, via de regra, um preço elevado por essas nuances. Mas temos a certeza de que, superados os obstáculos que nos antepõem, haveremos de construir aquele País com o qual todos sonhamos.

É preciso, porém, enfrentar a realidade e buscar, com criatividade e muito trabalho, estabelecer as bases para um crescimento capaz de proporcionar ao ser humano uma vida digna. Este tem sido, aliás, o grande desiderato da ACM. E queremos alcançá-lo com o apoio da comunidade Porto-Alegrense, aqui legitimamente representada por esta Casa Legislativa.

Queremos enfatizar que, ao mesmo tempo em que agradecemos esta homenagem, apelamos para a vossa participação na obra que, ao longo de todos esses anos, a ACM vem construindo.

A ACM – como todos sabeis – é uma instituição ecumênica, pautada em sua filosofia, pelo espírito cristão e pela meta de fazer crescer o ser humano. Nesse aspecto, a colaboração do Legislativo Municipal é de vital importância porque, como esta Casa, a ACM quer ajudar a edificar uma Cidade onde, acima de qualquer coisa, esteja o respeito ao homem, ao cidadão.

Em nome da Diretoria, dos Secretários e do quadro social da ACM, permitam-me agradecer-vos esta homenagem. Ela é nossa, mas é vossa também. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h55min.)

 

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